Relato Inconsequente
Troque meus vícios por seu leito de morte
Me ame com angustias entardecentes
Me culpe do orgulho que em mim se expande
E faça dos meus olhos os mais salientes.
Minta em meu nome no qual condenas
Me esconda suavemente nos meus próprios defeitos
Apague a luz que ilumina o meu sorriso
Queime todas provas que crescem meus conceitos.
Me surpreenda com palavras inconseqüentes
Nunca impunhas o preço da minha virtude
Faça dos meus sonhos toda minha decência
Que indiferença são apenas aspectos da juventude.
Me traz a esperança que ainda me assombra
Definhas meus desejos que a mim se amarguram
Não tente achar conforto em meu coração
Que impertinentes canções aqui sempre circulam.
Mas se em mim se estender esse triste relato
Me derrubas da vida pra tentar ser forte
Me tombe em cheio nesse gosto muito amargo
Que pra mim parece ser mais o gosto da morte.
Me condene importunente a ilustres atos
Não pague meu alto preço adormecente
Não prossiga por meus longos caminhos exuberantes
Nunca chore seus encantos nesse relato envolvente.