SOFREGUIDÃO
Quero ouvir o mais melancólico Blues
E da taça da solidão sorver minha tristeza
Expurgar de mim todo esse doido vazio
Para que assim o amanhã seja uma certeza
Quero trilhar os caminhos mais áridos
Sob o sol dos sonhos mais escaldantes
Mergulhar no meu mais íntimo oceano
Até afogar-me em lúcidos devaneios
E nem mesmo assim lhe esquecerei
Posso esquecer quem fui sou ou serei
Mas o que sinto por ti não são devaneios
E nem mesmo o tempo é ungüento á dor
Desse amor a que me atiro de peito aberto
Voluntariamente sei que sempre o acariciarei
E basta que ouça tua voz e lei o teu olhar
Sei que vivido ele permanecerá em meu coração
Independentemente do que o futuro me reservar
Assim é as circunstancias de quem sente em si o amar
Pois nesse domínio quem da às cartas é mesmo a emoção
Ela sim sabe que mesmo na celeuma o amor tende a perseverar
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