II Guerra sou Humano
(Estrada Humana – Otávio Costa)
Sinto-me um convocado, na fileira, pronto para ir à guerra,
Ou para um dos “campos de concentração” do III Reich.
Foi acionado no homem um dispositivo constituído de destruição.
Afinal somos da raça humana,
E não fosse Deus, não sei o que seria de nós.
As armas não são minhas forças,
É na certeza da paz que está minha luz.
Encurralado nas paredes do pensamento,
Tudo o que resta é nada.
- Rapaz quem é você?
- Um ser humano, com direitos escritos em livros,
E de assegurado apenas a certeza que a impunidade
Vem antes dos direitos (humanos e constitucionais)
Laçado pelos heróis condecorados com patentes e medalhas
Que fez selvagem o homem,
Após o silêncio de Hiroshima.
-Quem sou eu?
- Sinceramente não sei. Procuro-me entre as pilhas de cadáveres
Devorados pelas mãos irmãs,
Semelhantes que como eu também tinha sonhos e ideais.
- Procuro-me entre os oficiais escolhidos para liderar manobras brutais
Que fizeram de inocentes, moribundos esquecidos...
Nos campos onde antes se semeou o trigo.
Imaginar não se pode,
O mundo foi pequeno para tamanha estupidez,
Contudo foi palco,
Do clamor e do sangue derramado de vidas.
Passam os anos e o muro até pode ter caído
Mas as cicatrizes de Awshivitzs permanecem,
Um silêncio sem vingança...