II Guerra sou Humano

(Estrada Humana – Otávio Costa)

Sinto-me um convocado, na fileira, pronto para ir à guerra,

Ou para um dos “campos de concentração” do III Reich.

Foi acionado no homem um dispositivo constituído de destruição.

Afinal somos da raça humana,

E não fosse Deus, não sei o que seria de nós.

As armas não são minhas forças,

É na certeza da paz que está minha luz.

Encurralado nas paredes do pensamento,

Tudo o que resta é nada.

- Rapaz quem é você?

- Um ser humano, com direitos escritos em livros,

E de assegurado apenas a certeza que a impunidade

Vem antes dos direitos (humanos e constitucionais)

Laçado pelos heróis condecorados com patentes e medalhas

Que fez selvagem o homem,

Após o silêncio de Hiroshima.

-Quem sou eu?

- Sinceramente não sei. Procuro-me entre as pilhas de cadáveres

Devorados pelas mãos irmãs,

Semelhantes que como eu também tinha sonhos e ideais.

- Procuro-me entre os oficiais escolhidos para liderar manobras brutais

Que fizeram de inocentes, moribundos esquecidos...

Nos campos onde antes se semeou o trigo.

Imaginar não se pode,

O mundo foi pequeno para tamanha estupidez,

Contudo foi palco,

Do clamor e do sangue derramado de vidas.

Passam os anos e o muro até pode ter caído

Mas as cicatrizes de Awshivitzs permanecem,

Um silêncio sem vingança...

Estrada Humana
Enviado por Estrada Humana em 06/10/2006
Código do texto: T258082
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.