Seco
Seco
Cada sonho perdido no vazio de uma vida
Traz à tona um imenso conflito.
Enquanto anjos tentam curar as feridas
Demônios vêm pedir abrigo.
Inerte fica perante a disputa.
Vontade era de rir, vontade era de gritar.
E o coração acostumado à luta
Só pede lagrimas para chorar.
Os olhos secos, um brilho morto
Como terra do sertão sedento.
Lágrimas seriam apenas o conforto
Dessa alma que não tem alento.
Seus amores nunca vividos,
Suas paixões jamais realizadas.
Transformam toda a sua libido
Em muito menos do que nada.
E quando o sol não mais aquece
Contempla a lua, Soberana.
Que em toda terra resplandece
Beleza igual somente a tua.
Bruno Lopes / 2005