Rainha da Tirania
Meu sangue está saindo pelas minhas ventas,
Escorrendo por toda minha face,
Em minha boca gosto de sangue sinto,
Esse sangue que de mim escorre,
Pelo chão se alastra,
E irriga campos inteiros e vales,
Com a minha morte.
Rainha opressora,
Minha cabeça decapitastes,
A tua também assim será,
Pelo canto do corvo que pousa sobre a montanha,
Minha morte será levada aos quatro cantos,
E com ela irá embora toda a hipocrisia,
E a verdade virá a tona.
Essa terra será prometida aos homens de boa vontade,
A todos que eu ajudei, um espaço nela terá,
A todos que eu servi e comigo foram justos,
Aqui poderão passar,
Aos que me oprimiram,
A história será justa e mostrará o preço da opressão.
Hoje se reina,
Amanha és reinado,
Esse é o ciclo perfeito da história.
Rainha Tirana,
Sua Tirania te condenará à solidão,
Por mais pezar que possa te dizer isso,
Tua injustiça te corroerá por inteira,
E quando no exílio necessitar de um apoio,
Na sua direita, os que você tanto agradou,
Lá não estará,
A sua esquerda, os que você tanto oprimiu,
Também lá não estarão,
Na rua eles estarão para apagar você da memória do povo,
Do povo que você tanto oprimiu,
Para que com meu sangue seja lavada a bandeira branca,
E que vermelha ela fique,
Para ser hasteada em frente de seu palácio,
E o mais sábio dos homens gritará,
VIVA A REPÚBLICA, VIVA A LIBERDADE,
E os oprimidos no poder ascenderão,
E da história tu serás apacada e posta como louca,
Mesmo que no passado tenha sido generosa,
Por suas injustiças terás que pagar.
Pois neste mundo,
Não adianta fazer um milhão de coisas boas,
Se fizeres uma má,
Pois a má prevalecerá,
É o impulso humano,
Mas não esmague a cabeça daquele que errou,
Pois ele há de querer da a volta por cima,
E recuperar sua honra.