MENSAGEM AO VENTO


Vento, que bate porta e janela,
trás ainda, mais saudade dela,
mas aqui, hoje não vai entrar...
É que tenho aqui, tudo lacrado,
quero evitar tudo que é passado
é já te vimos, numa onda do mar.

Por que não vai para outras paragens?
Vá, soprar em outras paisagens,
fique longe, dessa pobre choupana.
Deixe como está, monótona e quieta,
não mexa, na ferida desse poeta,
que busca  refúgio, nessa cabana.

Vai para longe, para outro cafundó,
procure em sua trilha, um outro cipó,
vai, procure um outro caminho...
Volte aqui, somente num outro verão,
quem sabe até lá, meu coração,
gostará de receber no rosto, seu carinho.

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 12/10/2010
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