CILÍCIO - PARTE II

O sangue que fugiu do meu Pulsante

Milagre, pude vê - lo a contornar

O canto dos meus lábios enleados

Entre o âmago agridoce e o Fel Amargo

Eu fui sempre um sozinho peregrino

Das vastas emoções do ser humano

As tenho todas sempre em calcinantes

Pedaços de palavras que eu não digo

Enquanto quero ter no meu caminho

A Cura sempre à margem, sempre à mão

Eu fui sempre sozinho peregrino

Se parar, serei, então, sempre sozinho

O pedaço celeste que eu revolvo

Quando ando sobre a areia - ainda quente

Marca fundo mi'a retina escurecida

Amante da tristeza do Poente

Em pés parados, águas correm livres...

- E tenho a minha frente um rio ferido

Se as coisas vivas toco, elas definham...

Invoco uma comoção sem precedentes

Das formas distorcidas pelas Sombras

Errantes contra o branco da parede

Imberbes formações dos Céus Escuros

Famintas pela cal, mortas de sede

Por sal, o sal molhado do silêncio

- Mi'a pele sua toda seu alimento

Meus poros sangram como minas rubras

Brotando em cada fenda do cimento...

E a noite passa assim, viva e fugaz

Dolências derramando aos meus ouvidos...

Ampola de delírio inexcitável...

Imensa paixão negra do infinito...

Gabriel Castela
Enviado por Gabriel Castela em 12/10/2010
Código do texto: T2552773
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