CILÍCIO - PARTE II
O sangue que fugiu do meu Pulsante
Milagre, pude vê - lo a contornar
O canto dos meus lábios enleados
Entre o âmago agridoce e o Fel Amargo
Eu fui sempre um sozinho peregrino
Das vastas emoções do ser humano
As tenho todas sempre em calcinantes
Pedaços de palavras que eu não digo
Enquanto quero ter no meu caminho
A Cura sempre à margem, sempre à mão
Eu fui sempre sozinho peregrino
Se parar, serei, então, sempre sozinho
O pedaço celeste que eu revolvo
Quando ando sobre a areia - ainda quente
Marca fundo mi'a retina escurecida
Amante da tristeza do Poente
Em pés parados, águas correm livres...
- E tenho a minha frente um rio ferido
Se as coisas vivas toco, elas definham...
Invoco uma comoção sem precedentes
Das formas distorcidas pelas Sombras
Errantes contra o branco da parede
Imberbes formações dos Céus Escuros
Famintas pela cal, mortas de sede
Por sal, o sal molhado do silêncio
- Mi'a pele sua toda seu alimento
Meus poros sangram como minas rubras
Brotando em cada fenda do cimento...
E a noite passa assim, viva e fugaz
Dolências derramando aos meus ouvidos...
Ampola de delírio inexcitável...
Imensa paixão negra do infinito...