COLAPSO
Queima-me este amor, cujo fogo não vejo,
Inspira-me delírios, inescrupulosos desejos,
Deixando-me solitário o coração sobejo,
Que se perde na luz deste cortejo.
Açoita-me a alma com insensata euforia,
Macula meu peito em copiosa nostalgia.
Paixão tirana, acorrenta-me na déspota utopia,
Injusta balança, pendendo à tirania.
Ligação fulminante alargando feridas,
Instigando provas da alma despida,
Flagelando a essência, que abdica escondida,
Que grita e se agita em eminente rebeldia.
Conduz à demência, ao calabouço do asco,
Sugando sem clemência, sendo carrasco,
Desatando apenas, ao arrojar-me do penhasco,
Na orla da morte, da mente em colapso.