Meus sonhos de jardim e café com leite
E vem
De forma não tão inesperada
Mas de familiar sabor
É inevitável
Como o fim da noite, como o terror de uma tempestade
E fica
Como um rei em seu castelo
Escolhido e acolhido por Deus
Criança que brinca com seus giraçois
Nas manhãs mais esquecidas
Aperto meu coração mais uma vez
Esqueço meu nome
Despejo minha face já perdida
E escuto música ebria, sem cor, deixo que chegue em meu sangue novamente
Para esquecer a dor
Para esquecer quem sou
E muda
Todas as costelações fora de lugar
O ceú na terra a terra no inferno
E o paraíso nas esquinas com os viciados e as prostitudas
Minha casa
Meu lar
Meus sonhos de jardim e café com leite
Queimei o tapete e os cds com músicas que chamavam lembranças
Fotos nunca as tive
Como tambem momentos que nunca foram para mim
Sempre fui e serei uma sombra
Algo a se esconder
E chacina
Todo que poderia haver de bom em mim
Sou carne e desejo
Tantas bocas, perfumes, gemidos diferentes, movimentos silimares
A mesma falcidade
A mesma canção
Como o antes é agora e o agora sempre foi o antes
Eu sei que você nunca saberá quem sou
E de que importa?
Que queime ao som dos lindos violinos
É somente mais uma madrugada para brindar a solidão.