Tisteza nua em pelo
A tristeza nua em pelo
cavalga no vento, sedutora.
Percorre o concreto cinza
da vila pequena.
Não se anuncia em palmas
se encontra a porta aberta.
Logo ganha a cozinha,
sem cerimônia nua em pelo.
Fermenta sob a luz branca
do dia que escorre para
um canto do mundo.
A tristeza nua em pelo
se esfrega na noite, lúgubre,
revolve as entranhas,
toca profundo a alma com
experiente carícia da lida,
um convite às meninas
aos primeiros mergulhos
nas noites de néon.
Da vizinhança, mantras que
atordoam o desejo de purificação
são ouvidos.