UM ARQUÉTIPO PASSADO
Pendurado em meu peito
pende um coração molestado;
lento, pêndulo que descompassa
meus passos desorientados...
Pulsos arquétipos de um passado
que resistem acidamente ao tempo;
pensamentos esvoaçam obscuridades,
sentimentos à cova destinados
por um remetente desconhecido.
O horizonte a que me destino
é tão infiel quanto o próprio mal
que dilacera um ser já semi-vivo;
insólito destino que se me constroi:
profana meu sagrado íntimo,
dessacraliza ao ponto de insensibilidade
alma já quase desencarne d'um corpo...
medonho, fraco, pobre, irresistente...