Nas Manhãs de Setembro
Nas manhãs de setembro
Silêncios de infinita solidão
Não é o mesmo burburinho de passageiros nos ônibus
Não é o mesmo movimento na estação
Tudo é opaco, tão chato!
Os olhares titubeiam de sono
As feições sem contornos
Compartilhando a mesma apatia!
É o início do dia
Vidas que circulam e se chocam
Sem se pensar, quanto têm a falar?
Como seria bom, conversar
Com todas as pessoas que vejo!
Tenho vontade de falar...
Àquele, de olhar triste e desesperançado...
Quanto consolo há em meus ouvidos?
Àquele, feliz e saltitante...
Quanta felicidade tenho a contar-lhe?
Mas é setembro...
Inverno e mudança de estação
Sempre tempestuoso, frio!
Sempre ressaca, tristeza e vazio
É setembro...
E as pessoas têm gestos graves
Saem mais tarde, certamente atrasados
Mas se sentados no banco do ônibus
Vão cochilando
Maio dormindo, meio acordados
É setembro...
Amanhã enfim acabado!