Nas Manhãs de Setembro

Nas manhãs de setembro

Silêncios de infinita solidão

Não é o mesmo burburinho de passageiros nos ônibus

Não é o mesmo movimento na estação

Tudo é opaco, tão chato!

Os olhares titubeiam de sono

As feições sem contornos

Compartilhando a mesma apatia!

É o início do dia

Vidas que circulam e se chocam

Sem se pensar, quanto têm a falar?

Como seria bom, conversar

Com todas as pessoas que vejo!

Tenho vontade de falar...

Àquele, de olhar triste e desesperançado...

Quanto consolo há em meus ouvidos?

Àquele, feliz e saltitante...

Quanta felicidade tenho a contar-lhe?

Mas é setembro...

Inverno e mudança de estação

Sempre tempestuoso, frio!

Sempre ressaca, tristeza e vazio

É setembro...

E as pessoas têm gestos graves

Saem mais tarde, certamente atrasados

Mas se sentados no banco do ônibus

Vão cochilando

Maio dormindo, meio acordados

É setembro...

Amanhã enfim acabado!

Geremias Costa
Enviado por Geremias Costa em 02/10/2010
Reeditado em 02/10/2010
Código do texto: T2534518
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