O Azul do Seu Olhar

No meio da noite, início do dia

um olhar muito azul cruzou o meu

minha tristeza, sua alegria

fizeram brilhar um lampejo no breu.

Ali, nem homem nem mulher

duas almas solitárias e mansas:

Você declara feliz seu querer e

de sua musa descreve as tranças

mas, meu peito cala meu amor ausente.

Ouço sua risada que esconde a dor

sorrio também camuflando aquele amor

que não pode mais ser dito, pois, ferida

minh'alma claudica

não quer se dar a ver.

E, noite adentro, dia já raiando

sorrimos risos que escondem o pranto

como se um do outro nós quisessemos esconder

o que se mostrará no alvorecer.

Você, de novo, me quer ver

eu me pergunto em silêncio, pra quê?

Fugitivos dum momento de vida roubado

ao corre-corre da lida

nos deixamos por segundos entrever...

Mas, siga você o seu caminho

e colha flores ou espinhos,

que a mim foi dada pela noite

apenas lhe entreter.

Su'alma e minha dor se cruzaram

e o prazer que os dois provaram

num pequeno sorvo de entrega sutil

valeu pra nós, pois ao romper o dia

contaminou-me sua alegria

que você pensando minha, agradeceu!

Helena de Santa Rosa

Niterói, 02 de outubro de 2010

12:34

Helena de Santa Rosa
Enviado por Helena de Santa Rosa em 02/10/2010
Código do texto: T2533585
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