Sem lágrimas
Meus olhos sem lágrimas
são dois lagos de dor,
desilusão e amargura.
Eu não posso libertar
a angústia que suga
minha seiva vital.
Então, eu me torno pedra,
sem sague, sem calor,
sem vida ou amor.
Quero chorar, antes que
minha mágoa me congele
e eu me torne dura,
incapaz de sentir
a mais profunda alegria
ou a tristeza mais escura.
Tenho que prantear, senão,
um dia, nunca mais
sentirei e, no dia que
eu não mais puder sentir,
estarei morta, fria,
imóvel e rígida.