Pranto

Acolhi-te desvairada!

Nunca fui teu consolo.

Senti a dor da rejeição

Com amor e tolerância.

Mas teus olhos se fecharam.

Meu padecer foi contigo.

Agora livre de tuas entranhas!

Minha ternura nunca aceitaste.

Tenho que chorar sobre ti,

Dizer o que nunca tive coragem.

A ausência que paira

Fez nascer o meu perdão.

Destruíste meu amor.

Passaram-se os dias da exclusão.

Um novo tempo me espera.

Alguém que ocupe tua pousada.

Pelo vazio que deixaste

Este salmo repousa em tua campa...

Uma inscrição de saudade

Outro pássaro cantará no jequitibá.

Helmuth da Rocha
Enviado por Helmuth da Rocha em 30/09/2010
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