QUANTO SOFRER!

Apagou-se o sorriso, bateu a tristeza

e já não havia mais ternura,

meiguice e enternecer diluíram-se

em meio à névoa do mutismo.

Mas as lágrimas não rompiam os olhos

como se retidas pelo medo de chorar,

então a tempestade desabou

impiedosa sobre o coração,

enquanto uma garra sombria

martelava suas batidas veementes,

sendo impossível segurar a dor.

Ah mágoa inopinada, quanto sofrer

impões em instantes inesperados,

quantas portas se fecham herméticas

ao suave sussurrar da alegria

deixando soberana a amargura.

Quisera amar sem vãos momentos

em que não se pode resistir

às tormentas e às furiosas ondas

que desabam sobre o amor

para quebrar-lhe todo o querer!

São tantas as pedras no caminho,

e removê-las custa uma vida inteira.

Como fere a garra do brusco ódio

que sufoca e corrói sentimentos.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 30/09/2010
Reeditado em 30/09/2010
Código do texto: T2528837
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.