Fenece o amor

E o fim se apresenta prontamente

Mostrando-se em sinais errantes

Mãos vazias perdidas no espaço,

De um abismo que separa amantes.

Olhos vagos, profundo rio de lágrimas

Onde os sonhos e a vida se afogam,

Onde o amor afunda em frias águas,

Onde a dor e a tristeza são senhoras.

E o aperto que sufoca vazio peito

Soberano fustiga o imo inquieto,

Apedreja o que existe de mais belo

Suprime com mãos de ferro o afeto.

Os pés cansados vagam para longe

Pisoteiam flores mortas no jardim

E sonhos espalhados em relva verde.

O evento pressentido agora é fato

Eis, que já vivemos nosso fim.

Rio de janeiro, 26 de setembro de 2010.

Well Calcagno
Enviado por Well Calcagno em 26/09/2010
Código do texto: T2521722
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