Notívago*
Oh! Triste noite, mãe da vida
Por que me incitas a não repousar?
Fazendo-me toda melancolia achar?
O frio cortante de teu respirar
Gela-me os sonhos já distantes daqui
Por que logo eu, Oh! Noite fugaz,
Escolheste pra ver em tormento sem fim?
A vagar por teus rumos sem destino achar
Faz-me querer algum acalento encontrar
Nos teus braços escuros cobertos por véu
Que guarda os sonhos e me transforma em um réu!
Por que logo eu, oh noite feroz,
Rescindes meu canto como um algoz?
És linda e cruel, oh! Noite amiga
A triste noite, mãe da vida!
Rio de Janeiro, 13 de Julho de 2009.
*Poesia publicada na Antologia poética Amigos do Livro - 2010.