Tão só!
Encontro-me aqui, neste espaço amplo, olhando em volta, e um vazio é tudo o que vejo.
Neste mesmo lugar amplo, se encontram rostos, sorrisos, gritos estridentes de alegria, pessoas cuja face reconheço; Cujo os nomes não me falham; Cujo interior eu vejo, mesmo não estando ao meu alcance enxergar nessa profundidade, eu vejo; Na verdade sinto, percebo.
Neste lugar onde se encontram essas faces mascaradas, me encontro, aqui, sozinha; Mesmo rodeada de dezenas de pessoas, me encontro, só.
De que valem mil almas, mil faces, se ainda me sinto só; incompleta.
E se sentir só, é tão ruim assim?
A solidão não é algo de que eu possa reclamar assim, com tanto fervor.
Às vezes é boa; Às vezes angustiante; mas no fim das contas, é bom estar só. Só com meus devaneios, anseios, sonhos, recordações boas e ruins, planos...
Mas o intrigante é não conseguir sentir as presenças.
Talvez porque não seja de nenhuma dessas que preciso.
Mas por que tantos sorrisos? Não consigo achar um motivo plausível para tantos sorrisos; Eles são realmente sinceros, ou quando se chocam com o vão, ali a pouco, passando por ele, o sorriso se transforma numa mascara de amargura e infelicidade?
Que sentido faz sorrir, quando se quer chorar?
E por que eu me refiro aos rostos ao meu redor, sendo que tudo isso, toda essa amargura e infelicidade disfarçada, todos esses sorrisos, que pouco tempo depois se transformam em dor, sou eu?
Talvez não encontre, porque eu não saiba realmente o que estou sentindo; Talvez por que não consiga controlar esse caos na minha mente; Talvez por que eu esteja desligada temporariamente do mundo, e esteja no modo “Off” ; Talvez eu nem esteja aqui mentalmente; Isso explicaria o por que não consigo sentir as presenças que me fitam. Umas com dó no olhar; Outras com raiva e ressentimento, outras se perguntando o porquê de estar aqui, tão só. E outras nem estão aqui, pelo menos para mim.
Na verdade nem eu gostaria de estar aqui.