Pedras e Espinhos

Queria estar em uma ilha deserta,

Perdido de todos, perdido do mundo,

Porque, talvez a morte seja uma atitude precipitada,

Então viver longe do “stress” da sociedade poderia ser a melhor solução.

Não consigo mais encontrar paz,

Quando deito, não encosto a cabeça em um macio travesseiro,

Parece que durmo em cama de pedra,

E meu caminho é feito de espinhos...

Ao fixar meu olhar no horizonte vejo apenas nuvens tempestuosas,

O mar é agitado por bravas ondas,

Onde está a calmaria?

Bem distante, talvez nunca chegue.

Assim minha esperança desvanece,

A força vai embora, não sei o que fazer,

Não tenho mais direção, perdi o alvo,

Minha visão confundida me leva a margem, me tira o sentido.

O vento é contrário e forte, dificultando o percurso,

Frio, calor, angustia, medo, invadem o mundo sensível e inteligível,

São os devaneios desta vida que me levam para lá e para cá,

O que me resta é apenas um coração sangrando.

Diante de tudo isso não posso reagir,

Estou de pés e mãos atadas,

E com a voz embargada e os olhos cheios de lágrimas

A minha única opção é gritar por socorro e esperar por um renovo.

Leonardo Guimarães Rosa
Enviado por Leonardo Guimarães Rosa em 21/09/2010
Reeditado em 03/04/2013
Código do texto: T2511875
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