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A Outra Cidade
Meus olhos marejados d´água
vêem a cidade com mágoa.
Ruas que acolhem a tristeza,
que se prestam à hediondeza.
Praças vazias, sem crianças.
Só os bancos ouvem lembranças
do despertar com gorjeios,
arrulhos e ternos enleios.
Vaivém de rostos sem sorrisos,
cegos, ligeiros, indivisos.
Dirigem-se para o irrestrito.
Fogem sem sentido, em conflito.
Madrugadas hostis e frias,
varadas pelas gritarias,
reconhecidas pela dor,
fruto do descaso do amor.
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