Luto (Amor Perdido)

As tardes vazias sem tua presença

Sem o doce olhar teu sob o meu.

As lembranças de tuas carícias

Pungem cruelmente meu ser.

Cartas engavetadas, retratos desatuais

Provas concretas da beleza

De nossa doce e harmoniosa união,

Hoje me confortam. Me escorrem lágrimas

[bipolares

Eu, romântico patético

Padeço diante da carência de ti.

Meu corpo sente falta do teu

Meu tato clama, desesperadamente pelo

[teu toque.

Meus olhos chamam por teu sorriso.

Meus ouvidos imploram

Pelo doce e carinhoso som

Da melodia de tua voz.

O peso de tua ausência,

Tão atroz carrasco de minha realidade,

Tinge minha existência

De irrelevância, de languidez.

Jaz o silêncio a deflagrar.

Jazem os ecos deste cômodo vazio,

Carregado de intensa emoção.

Jaz uma lacuna não preenchida.

Acabrunhante e agoniado, velo dilacerado

Num funeral de sentimento.

Na desgraça patética da lamúria

De um apaixonado enlutado.

E sigo perdido,

Num caminhar ferido,

Rumo ao horizonte

Por esta estrada lacrimosa.

E sigo, exaurido,

No gotejar de ilusões perdidas,

De passo inconstante

Por esta estrada desventurosa.

Minhas lágrimas marcam o caminho.

Minhas cicatrizes são minhas armas.

Minha escolha é o sofrimento.

Minha escolha é a única que restou.

Ironic
Enviado por Ironic em 20/09/2010
Código do texto: T2509689
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