A morte
Opacos olhos se fecham,
Lânguido imo não bate,
E esse rio escarlate
Em seu leito já não corre.
Eis, que a vida morre
Estertorando em semitons
Em meio aos pavilhões,
Das pedras rijas do tempo.
Cansado emite murmúrios
Com a força que lhe resta
Contempla os antúrios
Que ao seu corpo cercam.
Eis, que a vida se encerra
Com o pulsar em declive
Uma lágrima beija a terra,
Deixando a mente livre.
Rio de Janeiro, 16 de setembro de 2010.