Só você sentirá

Ouvia distante…perdida,

a pálida e sofrida,

voz que ecoava seu canto.

No inverno intenso,

banhado a prantos,

os passáros voavam para o sul.

Uma luz fosca distante,

Um céu cinza flamejante,

E a neve silenciosa e azul.

As flores dormem,

Enquanto a voz canta,

Seus olhos viajam

Pelas arvores secas.

As janelas fechadas,

As pessoas ao lado da lareira,

E distante o mendigo

No seu fim de fogueira.

Ainda é dia,

e já vejo as estrelas,

desfocadas em um céu negro.

Mas nada é mais intenso,

que o corpo perdido,

enquadrado em uma face sofrida,

que sua dor converte em canto.

O mundo soprando

ao longe a melodia.

Não sabendo se era noite,

ou ainda dia,

se a dor sessaria,

diante do sol,

ou o anjo perdido

retornaria aos céus.

Mais esta voz se calará,

mas nada mudará,

talvez o mendigo tenha mais um dia,

talvez a flor nunca brotará,

talvez não haverá mais dia.

quem sabe se os sonhos irão sonhar,

se o filho ainda verá seus pais,

e o beijo ainda será doce.

Mas nada importa,

não mudará o sofrimento do peito,

Houvirá os lamentos dos sonhos,

Ou cicatrizara as feridas da alma.

Estas dores se sofre sozinho,

Se sonha sozinha,

se sente sozinho.

Enquanto teus prantos,e teus gritos

te matam aos poucos

outros sorriem.

Talvez voce sorria diante da morte,

enquanto muitos banharão seu corpo de prantos,

mas a dor…esta sempre será só sua,

só voce sentirà...