Labios de mel e veneno
Bebi em teus lábios a doçura do encanto
deste-me a provar do mel do amor...doce, tão doce
serviste-me a taça da paixão de tua boca
sacias-te meus desejos, fostes meu acalanto
en noites insones, em dias de tempestade,
me ofereces-te abrigo, amor, com tua voz rouca.
Confiei, que esse amor, mesmo condenado
nao faria de nós, dois desgraçados.
Ledo engano, vazio que me envolve agora
sussurra e congela meu peito, coração pára.
Em nome do amor que me tens, me mandas-te embora,
pelo amor que te tenho, aceitei tua sentença:
sofrer ambos de hoje em diante a ausencia
santa e profana um do outro, sem clemencia.
Lançada a palavra, nao se recolhe de volta
nem se desfaz o que feito foi e está...
Serei eu que irá chorar sempre um amor perdido
serás tu a carregar o peso de teu coração ferido,
seremos nós pra sempre malditos pelo desejo de amar.
Se ainda houver quem uma graça conceda
a minha súplica em pranto proferida
peço que possas seguir teu caminho, tua vida
se nao feliz, seja em paz...enquanto vida tiveres,
e por mim, o silencio, seja a lápide que me deres.