Selvagens
Quando o amor morrer completamente não me avise
Não me conte nada.
Deixe-me sentir que a solidão me abraça pouco a pouco
E cada vez que fores pra mais longe, diga apenas até logo.
Permita que meus olhos morram dentro dos teus olhos
Sem culpas, sem reclamações.
Tape os ouvidos, não queira mais escutar os meus suspiros.
Faça preces em que nosso futuro não esteja mais compartilhado,
Mas também peça por mim.
Ensine-me a mirar a minha face no espelho, sem que tua cabeça esteja
Encostada na minha.
E que o tempo consuma tudo como um cigarro que chegou ao fim,
Sem lágrimas, sem músicas fúnebres, sem odores.
Somos como cavalos que voltam a ser selvagens,
Sem celas ou rédeas
Correndo por aí...