Sangrando III

O sangue verte sem parar.

A dor está em qualquer lugar.

Minhas feridas não param de pulsar.

E alívio nenhum não há.

Eu tive que abandonar um sonho para não perder a vida.

E agora sou apenas feridas.

E tenho que arcar com esse sofrimento.

Pois, que meus gritos de dor nem os ventos ouvem.

Eu agora sou apenas escuridão tentando encontrar uma luz.

Sou uma canção funesta.

Sou uma criatura quase morta, lutando para sair desse abismo.

É eu estou numa estrada sem rumo, num caminho perdido de um lugar desconhecido.

Eu sou apenas um grito de dor.

Sou carne vertendo sangue.

Sou coração suplicando por um pouco de amor.

Sou uma alma sufocada pela dor.

E essa é mais uma marca para ficar em minha alma, em minha carne.

Sim, eu estou sangrando, pois que toda grande decisão sangra.

Mas, sei que foi preciso.

Agora é tentar estancar o sangue.

Enfrentar a dor e tentar curar as feridas.

E mesmo sangrando sigo em frente, sabendo que de tudo que fiz, foi sempre achando que fazia o certo.

Eu sempre quis fazer o melhor, eu nunca quis me afastar do que sou.

Prefiro ser eu mesmo sempre.

Mesmo sabendo que para tanto, eu preciso sangrar em carne viva.

Pois, que de tudo que fiz, sempre achei que era o certo.

Eu lutei até o fim por um sonho: ah, sim, eu morri na praia.

Mas, eu nunca deixei, nem nunca vou deixar de ser do jeito que sou.

Paguei um preço caro pelo que sou e acredito, mas sei que foi o melhor caminho.

E agora?

Agora só resta seguir meu caminho mesmo sangrando, mesmo morrendo por dentro, mesmo gritando de dor.

Pois, que às vezes para não morrer é preciso cortar um pedaço da própria carne.

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 10/09/2010
Código do texto: T2489876
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