Outra vez “ Nunca Mais”
Setembro mal começou
As flores apenas se preparam
Vistosas, rosáceas, multicor
São alheias e imparciais
Ausente ao meu desacerto, desvario
Em que crença suplanta a razão
Se foram os vestígios de esperança
Do barco em segurança tornando ao seu cais
Virou-se a direção do vento
E o momento que é tão somente meu
É o meu novo “nunca mais”
Segue-se outro setembro
Perdido entre eras de vida
Tantas buscas, passadas, perdidas
Procurares que quase nem lembro
Em que estação foi que teu destino
Se deu com o meu em despedida
Vi-te saindo... abafaram-se meus gritos
Tão sofridos que se prenderam todos
Adentrando em mim os teus dias reais
Indo, tão triste e, no entanto
Sem sequer olhar ... para trás
E no meu íntimo o eco, se repetindo
Esse novo “nunca mais”
Estatelado pelos umbrais
Dos meus olhos luados sobre o cais
a seguir teu barco triste partindo
A estação segue,
Fiel à sua principal direção,
Roda viva, moinho de vento
Que roda e roda e não gira
Essas cores e sons que se produzem
Desse meu escasso, pensamento
E esse sempre “nunca mais”
Provar novamente da paixão
Desaguada de teus olhos noturnos
Manto que cobre meus ouvidos
E me arrefece os sentidos
O não entender a insanidade minha
Ante a voracidade que passa
...
E quão silencioso é
Sob meus versos mortais
Nesse meu mais novo
....
“Nunca mais”
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