Outra vez “ Nunca Mais”


Setembro mal começou
As flores apenas se preparam
Vistosas,  rosáceas,  multicor
 
São alheias e imparciais
Ausente ao  meu  desacerto,  desvario
Em que crença suplanta a razão
Se foram os vestígios de esperança
Do barco em segurança  tornando ao seu cais
Virou-se  a direção do vento
E o momento  que  é tão somente meu
É o meu novo “nunca mais”
 
Segue-se outro setembro
Perdido entre eras de vida
Tantas buscas, passadas, perdidas
Procurares que quase nem lembro
Em que estação foi que teu destino
Se deu com o meu em despedida
 
Vi-te saindo... abafaram-se meus gritos
Tão sofridos que se prenderam todos
Adentrando em mim os teus dias reais
Indo, tão triste e,  no entanto
Sem sequer olhar ... para trás
 
E no meu íntimo o eco,  se repetindo
Esse novo “nunca mais”
Estatelado pelos umbrais
Dos meus olhos luados  sobre o cais
a seguir teu barco triste partindo
 
A estação segue,
Fiel à sua principal direção,
Roda viva, moinho de vento
Que roda e roda e não gira
Essas cores e sons  que se produzem
Desse meu
escasso, pensamento 
 
E esse sempre “nunca mais”
Provar novamente da  paixão
Desaguada de teus olhos noturnos
Manto que cobre meus ouvidos
E me arrefece os sentidos 
O não entender a
insanidade minha
Ante a voracidade que passa
...
E quão silencioso é
Sob meus versos mortais
Nesse meu mais novo
....

“Nunca mais”








*** imagens google***






AndreaCristina Lopes
Enviado por AndreaCristina Lopes em 05/09/2010
Reeditado em 23/11/2010
Código do texto: T2480750
Classificação de conteúdo: seguro
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