Ainda quero acreditar...
Talvez pr’essa tristeza haja algum jeito
Quem sabe se eu furar em cima do meu peito
Quem sabe se jorrar sangue, devagarzinho
A raiva e a decepção saiam de mansinho
Quiçá eu tivesse tido mais prudência
E acreditado na sua demência
Louco, desvairado confundiu minha amizade
Não vejo nada em ti além de maldade
O que tenho eu a ver com a sua carência
Mostra também agora toda sua indecência
Sofri por ser mulher e amorosa
Acreditei numa vivência espirituosa
Agora fica o medo de ouvir com atenção
Já que feriu com faca o meu grande coração
Quero apenas entender esse jeito cruel
Ninguém tem culpa do seu fel
A única coisa que espero
É ainda ver as pessoas com esmero
Não é porque és carente e doente
Que todo mundo seja serpente
Como bem diz meu pai, de louco você não tem nada
Não rasga dinheiro, não se joga da escada
Merece uma boa lição pra aprender a respeitar
Gente como eu que só sabe amar...