Verdades camufladas

Não sabemos das verdades que as pessoas escondem.

Nos enganamos com suas caras;

Acreditamos em seus sorrisos;

Suas lágrimas são desfarçadas!

Talvez de tudo isso restam os olhares,

Que não nos enganam,

Que falam em verdade, mesmo que inconscientemente.

As tristezas existem!

Apesar de bem camufladas elas estão ali!

Cada um sabe onde lhe dói a ferida,

Cada um sabe da corrente que lhe prende,

Cada um sabe de suas angústias,

Cada um sabe de suas necessidades.

Sabemos dos nossos medos

E não temos coragem de colocá-los para fora.

Eles crescem, a angústia também.

Nós os retemos e eles se impregnam em nossa alma.

Temos, então, duas coisas separadas, que não se separam.

Que se confundem, que se silenciam.

Ao fim de tudo, somos apenas espelhos,

Refletimos o que os outros refletem!

Nossas tristezas quase sempre passam despercebidas;

Nossas lágrimas se confundem com o suor;

Nossos olhares tristes se confrontam,

Eis então a mágica comunicação,

Dois infelizes que, inevitavelmente, se ajudam.

Quebram-se os espelhos!

As lágrimas se acabam!

E juntos se enganam na felicidade.

Dsoli