Perdido
Tão perdido estou eu que não vejo mais ruas, nem pessoas, nem animais, nem árvores.
Caminho como se estivesse rastejando pelas brasas do inferno.
E todo dia dou de cara com o Safado do Capeta.
Pois, que o Capeta é o próprio homem.
Nuvens escuras baixam sobre minha cabeça.
A onde estou eu, meu Deus?
Estou nessa jaula imunda e suja.
Por Cristo, eu quero a libertação, eu preciso da salvação.
Pois, que aqui não há flores, só há a secura das lágrimas.
Passeio por vales frios e sombrios, esperando a morte.
E quanto mais desejo a vida, mas a dor vem a cada dia me buscar.
A dor se apossa de mim, de minha vida, de minha alma.
A dor inunda meu ser, minha essência apagada,minha alma dilacerada.
Eu sou sombra de mim mesmo.
Sou lodo atirado no chão.
Sou versos rasgados.
Sou uma folha levada pelo vento e pela tempestade.
Eu sou fruto dessa dor filha da puta, que me mata, que me devora e me faz sentir que nada mais faz sentido.
Meu Deus, para onde eu estou indo? Mostrai-me o caminho, pois eu estou tão perdido. Nossa! Como eu estou perdido!