Essa tristeza: tão minha, tão terrivelmente minha!

Hoje o tempo parou para me ver chorar.

E as lágrimas que escorrem pelo meu rosto, sangram até a alma.

Eu sou sangue, lágrimas.

Sou o sonho roubado e a ilusão perdida.

Eu sou essa ferida que pulsa e repuxa num contínuo sem fim.

Mas, hoje o vento parou para me olhar: olhar a tristeza que veio para me afogar.

E eu já não ouço os cantos dos pássaros.

Meus ouvidos ficaram surdos para as belezas do mundo.

Meus olham não enxergam mais o que é belo, pois que nesse mundo eu só vejo o inferno de uma realidade injusta e desumana.

Minha voz pouco ou nada fala.

Minha garganta travou e minha boca secou.

E eu já nem sei que fim minha fé levou.

Passeio por ruas escuras e frias como se estivesse parado.

Eu não vejo mais nada além de minha dor e a dor do mundo.

Meu Deus, que mundo imundo!

Os sonhos que tinha viraram poeira de estrela e foram morar no céu.

Minhas ilusões ganharam o gosto da mais dolorosa amargura.

Credo, que loucura é essa vida!

E hoje o tempo já não mais existe.

É como se a vida estivesse me dizendo adeus.

E eu choro por dentro, mesmo quando a alma sorri por fora.

Vejo tudo que se perdeu.

Tento achar algo que sobrou.

Mas, olho para a luz e só enxergo a escuridão.

Tudo em meu mundo são sombras.

E eu vivo a sombra da injustiça e da maldade humanas.

Eu sou sangue, lágrimas.

Sou o sonho roubado e a ilusão perdida.

Eu sou tudo aquilo que não quis ser.

Eu nada tenho do que sempre desejei ter.

Mas, acima de tudo eu sou uma canção triste, que ninguém ouve.

Sou as palavras jogadas ao vento.

Eu sou cicatriz exposta, sou sangue jorrado noite e dia.

Eu sou sofrimento latente.

Sou dor que sente e se ressente.

Mas, hoje o tempo já não mais existe.

É como se a vida estivesse me dizendo adeus.

E eu choro por dentro, mesmo quando a alma sorri por fora.

Pois, que hoje o sol se escondeu de mim.

E eu fiquei aqui isolado na solidão e mergulhado na mais profunda escuridão.