Castelo suspenso no ar
Horas vazias
Castelos suspensos no ar
Onde você foi parar além de aqui, dentro dos meus sonhos?
Calçadas limpas, pés sujos
Sigo em frente numa curva sem fim
Sempre esperando a próxima esquina me quebrar
Vejo rostos bonitos, sinto bocas com novos sabores e me perco no vinho, na noite...
Em segredos das madrugadas nos olhos que não posso mais ver
Olho a cidade, ela olha para mim
E vejo todos que não conseguem me enxergar
Sei de quase tudo, sei de quase nada
Conheço você na palma de minha mão e ainda assim sempre Será uma estranha na estação mais fria de minha vida
Horas caladas
Praias distantes do mar
Onde foi parar o homem que via no espelho?
Onde enterrei seu sorriso de menino?
E agora não vejo nem se quer mais a minha própria sombra
Ainda conheço o caminho, ainda vejo as pedras coloridas marcando os passos
Mas vejo também as rachaduras se aprofundarem mais e mais
E vejo suas pegadas distantes demais para alcançar um dia
Vejo a lua
Vejo o escuro
E a mim
Preso num castelo suspenso no ar.