Sax e Lágrimas
Nadir A. D’Onofrio

Deita-se à tarde, tristonha
Embalada em notas melancólicas
De um saxofone, lamentoso
Enquanto fluem seus pensamentos

Confusos, desordenados
O que ontem era alegria
Hoje é tristeza calcificada
Interrogação da incompreensão

O que seriam desses momentos
Sem a música que é bálsamo!
Cicatrizante das chagas abertas
Que sangram aos borbotões...

Perguntas sem respostas
Em pautas imaginárias
Sem espaços, nem, claves
Só lágrimas, incontroláveis

Brotam descompassadas
Ligadas entre, si, deixando
O rosto banhado, queimado
Na salmoura do amargor...

Misturado ao soluço rouco
Ressoando em timbre assustador
Sufocado, no travesseiro molhado
Depositário de sua dor...

24/08/2010*16:23
Serra Negra/ SP 

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