LÁGRIMAS
A insistência do vento remove e seca-lhe em vão
Cria uma ilusão de que a fonte da amargura já estancou
Mal sabe que varreu o que ficou e que a dor não quer perdão
É dor que tem a sensação de que o ódio traz mais prêmios que o amor!
Ainda que esse amor seja maior que as pradarias do infinito
Mesmo que seu eco irrestrito se propague desmedido no universo
O fruto é inverso e fala em prol do insucesso subentendido e não dito
Deixando aflito um coração que merecia produzir um feliz verso!
Porque assim, e só assim, se justifica e explica tamanha inundação
Que alaga a solidão com mares amargurados de infinda tortura
Quisera a loucura elegendo-me seu alvo de perfeita precisão
Pra me iludir na sensação de que a vastidão em mim não é escura!
Seguindo o seu percurso, caindo lentamente sobre a face
Que não tem forças para o disfarce, que não consegue ser feliz
Não porque quis, não porque mereça que o mal lhe despedace
Eu só queria que o amor me amasse e me fizesse a metade do que por ele eu já fiz!
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