Soneto à busca...

Tantos rostos desconhecidos, assim, comuns aos conhecidos.

E o celular não toca. As luzes se ascendem, o sino ressoa,

Meu peito dispara, a boca seca, o pensamento voa...

Nem uma única folha se move, o nada em meus ouvidos.

Silêncio. Longo e agudo ante a imensa claridade.

Essa mesma, artificial, absorvendo minhas retinas.

Volto ao ponto de partida, nesta mesma cidade...

Nao tenho mais quinze anos, nem sou a mesma menina...

Vejo-me como um relógio sem os dois ponteiros,

Correndo em fuso anti-horário em meu leito...

Buscando o que pulsa e encontrando o nada, o esmo.

Nessa mesma e constante busca de uma vida,

Essa vida, a vida inteira... Buscando o sorrisso

E ignorando a despedida, como não houvesse partida...

Camila Cabral
Enviado por Camila Cabral em 22/08/2010
Reeditado em 22/08/2010
Código do texto: T2453501
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