PRA ESCONDER O PRANTO

Muitas são as vezes que rio, somente para esconder o pranto.

Muitas são as vezes que canto, só pra espantar a solidão.

Muitas são as vezes que grito, só pra abafar o soluço.

Quantas vezes puxo o véu do esquecimento, pra tentar te esquecer.

Quantas vezes traço esboços, tentando achar uma saída.

Quantas vezes me pego falando com o vazio.

Quantas vezes lanço palavras ao vento, que voltam mansamente se apoderando de mim.

Quantas vezes choro baixinho, sem ninguém pra me secar o pranto.

Quantas recordações se apoderam do meu coração.

Furtivas lembranças teimam em ficar, num gesto de carinho, que hoje

se aninham em minh'alma.

SP/10/2009*