Entrego o Sol ao ocaso
Se acaso não me brilha mais
Se me apaga essa luz, apaga
Minha paga de olhares perdidos
Muito além da solidão do cais
Nuvens de um dia cinza tão escuro
No azul dissipando-se em meus dias
Entrego a dádiva da luz que se apaga
E se acaba no abismo do silêncio
E me entrego à terrível escuridão
No silenciar sem luz de cada palavra
Entrego essas noites silenciosas
Essas emoções licenciosas
Essas vontades maliciosas
Entrego a última folha no chão
Morta dessa árvore não mais vistosa
Morre o Sol... E morre só
Morre algo perdido em mim
Morre o sonho, uma ilusão
Talvez morra a imaginação
E de inanição morre a esperança
Sempre tão desacreditada
Morre ao lado da felicidade
Outra pobre coitada...
E eu morro Sol
Eu morro só
Ao acaso na ilusão
Eu morro luz
E sou escuridão
Sou palavra morta
E versos morrendo
Que não te encontram
Nem no ocaso
Nem ao acaso...


(Araçatuba - 19/08/2010 - 21:23)
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 19/08/2010
Reeditado em 05/08/2021
Código do texto: T2448167
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