Nuvens do passado
Quando você fala dos meus mestres idiotas,
Digo que não é escolha ou mesmo falta de opção.
Nem, ao menos, é desejo de viver somente agora —
É ternura que me agrega e arrebata o coração.
E seus aprendizes que não custam nem um dólar?
“Quem eles pensam que são?”
Sempre lhe pergunto o que houve à sua porta
Pra que tudo que há de errado nunca tenha seu perdão.
Por que nunca me conta o que houve?
É grave tudo aquilo que ainda ouve?
É forte meu desejo de sonhar, de proteger;
São fortes os caminhos que levaram a você.
Não me abandone;
Não se assuste se eu pergunto do passado.
Não se abandone;
Não se ofenda pelos choros em que nado.
Perto dos três meses de revanche,
Vejo que viramos nossa mesa.
Sobre arquiteturas e desmanches,
Nunca mais nos preocupamos se haveria sobremesa.
Pois amamos um ao outro.
Juntos, fomos borboletas e besouros.
E seremos pela breve eternidade
Os faróis que ainda vibram às cidades.