A PRAIA
Depois de branquíssimas areias, eis a praia!
No horizonte a luz do sol já se apaga,
Desfalece o entardecer.
A praia estendida, imensa passarela,
Dos conselhos que me dizem só ouço os dela,
Dos quais não posso esquecer...
E três ondas me chegam de repente:
Vá em frente, vá em frente, vá, enfrente.
Ó imenso mar solitário! És eterno!
O que esconde as profundezas do teu mistério?
A morte, a vida, outra etapa?
Daqui da praia nada se pode ter,
Dos enigmas que segues a oferecer,
Só teu silêncio escapa.
E as três ondas continuam seu repente:
Vá em frente, vá em frente, vá, enfrente.
A noite chega trazida pelo vento,
Relâmpagos choram o meu sofrimento,
Molham meu rosto que se entristeceu.
O mar desaparece na escuridão imensa,
Tal qual o ente querido no qual agente pensa,
Que da vida já pereceu.
E as três ondas me chamam continuamente:
Vem em frente, vem em frente, vem, enfrente.