Fim

Foste um sublime delírio ofegante de verão,

Recamado com as pompas e galas do carnaval,

De infindas cores reluzentes que me cegaram

De ver teu olhar imaculado de modo real;

Não tão meigo e doce como pareceste,

Não tão aconchegante como me recebeste,

Não tão alegre como estivera,

Nos momentos comigo de bela primavera!

Como pudeste mudar a face que eu toquei,

Que eu beijei, e que por tantas noites sonhei,

Singela imagem que eternizei no tempo,

E que acredito hoje ter sido possível passatempo.

Não consigo, ainda, sorver seus gestos,

Refletir seus pré-conceitos de diálogos ao vento,

E de um enxergar turvo e funesto,

Descrente e árido de todo meu pensamento.

Todavia, e na ventura que me açoita então,

Saiba que de amor não sei se por ti sofri ou sofro.

E se irás perdurar em trono a ouvir meu coração.

Saiba somente que neste lapso por ti, tive adoração!

Não sintas, pois, disso, pena ou remorso,

Sintas que alguém, desejou-te muito um dia,

E por tal, preserve sua majestade e sinta só compaixão

Sentimento irmão do que senti por ti, paixão.