OUTRA VISÃO...

-Tal era o mesmo semblante,

O mesmo riso o mesmo ar cintilante,

Possuía a mesma cor,

Ela a quem eu a avistava,

A mesma de um sonho de amor,

Quando com o amor eu sonhava,

Tal era idêntica, com o perfil delineado,

Com o rosto ruborizado, um pouco reclinado,

E uma tristeza delicada,

Nos seus olhos era possível ver,

Como a partida de um bem querer,

Que lhe fazia a beleza mais destacada,

Tal era seus gestos,

Contidos, quase que perversos,

Tinha a capacidade de matar-me,

Impunha-me sempre uma condição,

Não de amizade, mas de sujeição,

E sem entender porque, sujeitava-me,

Em seus olhos essa luz verde,

E aos seus lábios a mesma cede,

Tomava-me por completo a paixão,

Recordo-me do seu suntuoso jardim,

Das tardes brancas sem fim,

Onde mora a verdadeira satisfação,

-Porém, não é mais a mesma visão,

Esvaneceu-se toda a ilusão,

Não é a mesma força que me fazia amar,

A que ao pensar me deixava com febre,

A que ao chamar me encontrava entregue,

Não, não é mais a mesma força que me fazia chorar.

Tomb
Enviado por Tomb em 03/08/2010
Código do texto: T2415553
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