OUTRA VISÃO...
-Tal era o mesmo semblante,
O mesmo riso o mesmo ar cintilante,
Possuía a mesma cor,
Ela a quem eu a avistava,
A mesma de um sonho de amor,
Quando com o amor eu sonhava,
Tal era idêntica, com o perfil delineado,
Com o rosto ruborizado, um pouco reclinado,
E uma tristeza delicada,
Nos seus olhos era possível ver,
Como a partida de um bem querer,
Que lhe fazia a beleza mais destacada,
Tal era seus gestos,
Contidos, quase que perversos,
Tinha a capacidade de matar-me,
Impunha-me sempre uma condição,
Não de amizade, mas de sujeição,
E sem entender porque, sujeitava-me,
Em seus olhos essa luz verde,
E aos seus lábios a mesma cede,
Tomava-me por completo a paixão,
Recordo-me do seu suntuoso jardim,
Das tardes brancas sem fim,
Onde mora a verdadeira satisfação,
-Porém, não é mais a mesma visão,
Esvaneceu-se toda a ilusão,
Não é a mesma força que me fazia amar,
A que ao pensar me deixava com febre,
A que ao chamar me encontrava entregue,
Não, não é mais a mesma força que me fazia chorar.