Repor-se
Numa parte se punha
Repondo-me,
Numa mera astuta,
De faces
Pois pela metade
Que tenho
Não é a mesma que quero
Depois.
Um triste desfecho
Um sonho.
Um tiro no peito
Um choro.
É a faca punhalada
Que dói
Ao cabo e à lâmina
Cravada
Bem ao lado de um sonho
Da alma.
E morre quietinho
Uivando
Se vai sob os prantos
De todos
Repondo-se aos cantos
Do encanto
Que a todos deixou.
É o mesmo que o pássaro
Que voa
Sem saber onde ir, sem voltar
Mesmo que não tenha destino
Incerto
Sempre sabe o caminho
Quando retornar.