Falta

Acabara d'uma vez a tal da mágica do amor

Por mais que eu te dissesse ou pedisse por favor

Que não deixasse a minha pele ao Sol do ártico poente

E não vivesse à minha sombra ao Sol do máximo expoente.

Saí de casa brigado,

Sem dizer por que saí;

Sem saber aonde ir.

Saí de casa obrigado,

Por não ter com quem dormir;

Por não ter como sair.

Alguém sentiria a falta do adeus?

O que seria um tchau frente às nossas discussões?

Alguém mais morreria como os judeus?

Ou mataria como eles, a pauladas de jargões?

Estás ao meu lado em lado físico,

Mas bem distante na questão sentimental

Enquanto nos perdemos pelo tempo relativo

Da falta de tempo que é saudade magistral.

Embora eu não concorde, amo muito tua linguagem

Por não ter mais tradução;

Por não ter muita opção.

Embora eu só discorde, me arrependo das miragens

Do sabor do perdão;

Do teor do coração.

Teores ácidos, proféticos —

Ou macetes do mistério —

Formas, fotos atraentes

Que comprovam o presente.

Na rua, nunca sinto.

Sinto apenas saudade

Da tua forma de expressão;

De alguém a quem não minto;

De alguém que tem metade

Deste fósmeo coração.

Festas que só têm gente indecente

Festas que parecem atraentes

Às parcelas que detinham o poder do anonimato

E, hoje, não conseguem mais sair do estrelato.

Eu queria ver minha casa

Nem que fosse num só dia

Pra chegar perto de ti às falas

Que eu perco em ironia

Do destino,

Da paixão,

Do ser-menino...

Caio Trova
Enviado por Caio Trova em 31/07/2010
Código do texto: T2410843
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