Dias de Hoje, Dias de Amanhã
E os dias passam
E os dias morrem
Dentro de mim reside algo que desejo matar
E com as noites silenciosas ainda permaneço preso ao que mais odeio:
A esperança
Tento compreender esse contínuo que apenas me destrói e não vejo o sentido de algo assim persistir
Não há como não ficar cansado, derrotado, deprimido e humilhado diante do trágico e hilário hediondo
Sinto-me como um maldito condenado pendurado na forca sem morrer, de pescoço quebrado, balançando como um boneco ao vento
Pensar que antes eu ainda era alguém que vestia um terno feito de sonhos, que caminhava na rua de pés livres para sentir a cidade, a grama, a vida
Naquela época eu era livre mesmo que não fosse feliz
Era livre por que meu coração não pesava tanto pela tristeza, pelas incertezas, pelo desespero
Hoje
Não sei o que virá no passo seguinte, mas admito que não aguardo mais nada de bom.