...Alma invisível...

No amanhecer incólume da desilusão andei temeroso,

No umbral cinzento da embriaguez eu vaguei em pranto.

E andei sozinho, como um verme podre a mendigar sobejos,

A perdurar desejos.

E nada vi nada ouvi nada houve...

Tudo se transformou em nada,

Um estio de coisas, uma ausência de tudo,

Como se o tempo estreitasse seus becos,

E se as portas, quiçá se fechassem.

E como doeu a ausência, a falta de vozes,

Doeu a intriga, a impaciência,

As poucas palavras, e o mistério das coisas, inquietos ficaram.

E como fui trágico, fui inconseqüente, fui eu amargor.

Que o tempo não volte!

Não traga notícias, nem muitas respostas,

Que apague os desejos da carne ferida,

Assim como a sede, das negras crianças,

Assim como o alívio, da alma em pranto.

E a vida, deu-me como suvenir, a insônia,

E nela brado estas póstumas palavras.

Que sempre desperto no âmago de minha desilusão

E assim extingo-me, como um maço cinzento em chamas,

No repulsivo desejo d`alma, na intolerância cruel das falsas leis.

E como louco, fitei os Andes e suas imensidões.

Na mais pura empáfia e sem extremos, sem nada ter.

Como abastança, a ingratidão!

A eloqüência fementida de tuas palavras,

Hoje imploro, jures mais não!

E como um déspota inconsciente, cretino e louco,

Negou-me o afeto na manhã embriagada, e de lençóis desarrumados.

Ivanildo Teodósio
Enviado por Ivanildo Teodósio em 26/07/2010
Código do texto: T2401245
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