...Distâncias...
Rasgaram-se as páginas do tempo,
De um modo que se fez passado
O nítido pensar fez-se espelho.
Cravado n’ alma toda dor das injustiças alheias.
E assim trago-as pra mim.
De tão sereno que sou, ando tonto em teus braços,
Feito anjo tolo em colo de mãe,
Sou como a velha catedral, onde vão, rezam, oram
E sem pudor algum se vão,
Sou como o galho, que de tão cinzento,
Cegam-nos a vista, sou a maré em pleno vazar.
O céu escuro em pleno amanhecer,
A saudade maternal no sepulcro de um filho.
Sou um baú de tolices, de coisas vãs e alheias,
Das distâncias maiores,
Sou o perdão, sou a distância, sou o voar.