...Distâncias...

Rasgaram-se as páginas do tempo,

De um modo que se fez passado

O nítido pensar fez-se espelho.

Cravado n’ alma toda dor das injustiças alheias.

E assim trago-as pra mim.

De tão sereno que sou, ando tonto em teus braços,

Feito anjo tolo em colo de mãe,

Sou como a velha catedral, onde vão, rezam, oram

E sem pudor algum se vão,

Sou como o galho, que de tão cinzento,

Cegam-nos a vista, sou a maré em pleno vazar.

O céu escuro em pleno amanhecer,

A saudade maternal no sepulcro de um filho.

Sou um baú de tolices, de coisas vãs e alheias,

Das distâncias maiores,

Sou o perdão, sou a distância, sou o voar.

Ivanildo Teodósio
Enviado por Ivanildo Teodósio em 25/07/2010
Código do texto: T2398482
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.