Do outro lado do Paraíso
Dias cansativos, com sono, sem conseguir dormir
Ando ouvindo músicas de bandas que nem conheço
Procurando algo novo para mim
Muitos solos de guitarra durante as madrugadas
Muita solidão
Muitos pensamentos perdidos e desconexos
Muita loucura e pouca sanidade nos malditos últimos dez anos
Sinto-me pesado, mas não é o corpo
Sinto-me como se estivesse perdido num milharal
A tristeza vem, a sorte vai, e de tempos mórbidos para cá apenas tragédias e mais tragédias para colecionar
A boca fica seca, as palavras não nascem mais, o beijo morre, o sonho também
E tudo, tudo que um dia poderia ser bom se desfaz ficando para trás
A juventude tola, a capacidade de acreditar no amor, a confiança na vida, nas pessoas, nos sentimentos que um dia foram bons
E todo os mundos que eu criava em minha mente se tornaram apenas páginas em branco
Que criatura voraz é essa que me engole por inteiro?