Poeta de rua.
Tem seus passos fora do compasso,
Pois a rua tortuosa inflama seus tendões,
Ladeira por ladeira ele tomba,
Levanta sozinho, pois não precisa de aplausos,
Sua roupa surrada e suja veste seus pudores,
Pois seu corpo marcado é a resposta à sua guerra diária,
Tristonho poeta das ruas, de esmola em esmola constrói seus sonetos,
E quando a noite traz o frio, seu cobertor de estrelas aquece su’alma...
Não há lágrimas em seus olhos secos e sem brilho,
Sua historia pouco importa,
As pessoas absortas em seu próprio egoísmo “doam” seus centavos com a esperança de chegar aos “céus”,
Um copo de cachaça o seu almoço,
Um pouco de tristeza em sua alma,
Mas o poeta das ruas se levanta,
Pois ele não precisa de aplausos.