Branco e Preto
E nada mudou mesmo que o mundo tenha mudado, mesmo que eu tenha mudado
Nada restou, nem lembranças vazias e tolas, nem sonhos banais e infantis
Veio a dor na carne e no espírito trazendo o mundano, o frágil, o prazer cheio de pecado e castigo
E os sorrisos fáceis foram embora,os domingos preguiçosos, os planos mau feitos, as carícias sem sentido, o beijo de aconchego e cappuccino.
Nada mudou e tudo mudou
Outras estradas, outras bocas, outros prazeres e vícios, uma infinidade de sabores, tons, cheiros e gemidos
Muito vazio, muita carne, poucos amigos, novas estrelas que morreram no dia seguinte que não existe para mim
E fiquei sem saber para onde ir depois que o chão se abriu e diante de meus pés nascera um precipício.
Fiquei mudo, gritei em pensamento, amaldiçoei deuses e Santos, desisti, levantei e desisti novamente e segui sem saber onde, por que e quando.
De certo modo eu morri um dia, mas não saberia dizer o ano
Fiquei para trás, salvei tantos e esqueci de salvar a mim mesmo
E nada restou.
Somente preto e branco... branco e preto